quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Mas afinal, o que é cidadania? - Prof. Aline Duarte - Saúde Pública II

Vamos entender...

CIDADANIA
CIDADÃO
CIVITAS
CIVITATE
CIDADE

Cidadania ...

Palavra derivada de cidadão, que vem do latim civitas

Na Roma antiga --> cidadãos --> civitate

CIDADÃO aquele que estava integrado na vida política da cidade

Então, durante muito tempo os direitos da cidadania foi privilégio restrito a algumas classes e grupos.

Ao longo do tempo, a definição de cidadania foi sofrendo alterações
* pelas alterações dos modelos econômicos,políticos e sociais
* Pelas conquistas, resultantes das pressões exercidas pelos excluídos dos direitos e garantias.

A cidadania na idade média

* Hierarquia piramidal
* Relação de dependência pessoal
* Conceito de cidadania diluiu
* Homem medieval jamais foi CIDADÃO

Cidadania na idade moderna

* Queda da autoridade política, declínio da autoridade religiosa e tradicional com o poder centralizado nas mãos do rei.

* Pensadores defendem:
- governo democrático com ampla participação popular
- fim de privilégios da nobreza e do clero sobre o povo
- ideais de liberdade e igualdade
- direitos fundamentais do homem
- tripartição de poder

* Cidadão relacionado à capacidade para participar no exercício do poder político mediante o processo eleitoral.

Cidadania no Brasil, um pouco da história...
* Conquista da cidadania está relacionado:
- a história das lutas pelos direitos fundamentais da pessoa
- aos massacres, violência, exclusão e outras variáveis que caracterizam o Brasil desde os tempos da colonização
- com movimentos patrióticos reivindicativos de liberdade para o País (inconfidência mineira, canudos, independência, abolição e, já na república, a luta pela democracia)
- ao estudo histórico da evolução constitucional do País

Cidadania, nacionalidade e naturalidade

A Constituição imperial de 1824 e a primeira Constituição republicana de 1891 consagravam a expressão cidadania e a partir de 1930 ocorre uma nítida distinção nos conceitos de cidadania, nacionalidade e naturalidade.

* A segunda metade do século XX foi marcada por avanços sócio-políticos importantes:
- o processo de transição democrática,
- a volta de eleições diretas
- a promulgação da Constituição de 1988, a “Constituição Cidadã”

“essa será a Constituição cidadã, porque recuperará como cidadãos milhões de brasileiros, vítimas da pior das discriminações: a miséria”. “ Cidadão é o usuário de bens e serviços do desenvolvimento. Isso hoje não acontece com milhões de brasileiros, segregados nos guetos da perseguição social”.
( Ulysses Guimarães em seu discurso na Constituinte em 27 de julho de 1988)
Cidadania é...
...a qualidade ou estado do cidadão (indivíduo, pessoa) no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com este.
No dizer de Dalmo Dallari:

“um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo.
Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”

E como estamos hoje?
* Grande quantidade de direitos
(Direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade, a segurança, a educação de qualidade, ao meio ambiente equilibrado, ao emprego, a seguridade social, a votar e ser votado, a moradia, a saneamento básico, a moradia, ao esporte, ao lazer, ao respeito a sua privacidade, a aposentar-se, a escolher sua religião, a expressar sua opinião)

* Estabelecidos pela legislação
(Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de Injunção, Mandado de Segurança, a ampla defesa, a ter um defensor público)

* Alcançam todos os indivíduos, sem restrições.

Mas, se já estão assegurados os direitos e liberdades, o que falta então?

Exercê-los
TORNÁ-LOS REALIDADE NA VIDA DAS PESSOAS

O que ocorre então? Na prática...
Há uma reiterada inobservância desses direitos de cidadania contra a maioria da população excluída dos bens e serviços.

No Brasil, a cidadania ainda engatinha
há muito que ser feito

É necessário praticar a cidadania
* Não se pode esperar que ninguém faça alguma coisa senão os próprios brasileiros

* Cada brasileiro precisa se tornar
- um cidadão por inteiro
- autor de sua realidade
- construtor de sua Pátria.

É necessário exercer a cidadania...
Fazer valer os direitos garantidos, exigir sua observância e zelar para que os direitos sejam respeitados.

É necessário...Construí-la e conquistá-la.É necessário...Sentir-se responsável pelo bom funcionamento das instituições. É necessário exercer a cidadania...Para ter uma humanidade mais decente, livre e justa a cada dia.Então, pratique...Exerça sua cidadania. Como? Exigindo que sejam cumpridas as leis.Sendo consciente, capaz de co-responsabilidade e co-gestão no esforço comum do crescimento e desenvolvimento da sociedade.Reconhecendo o direito fundamental de satisfação das necessidades básicas de todos os cidadãos.

Exemplos de ações de cidadania

* Movimentos contra a miséria, pela vida, pela ética na política, pela erradicação do trabalho infantil, de combate a corrupção
* Divulgação da gratuidade do registro de nascimento, do exame de DNA, da carteira de trabalho e da primeira via da identidade, da vacinação infantil, dos números do PROCON, das ouvidorias dos serviços públicos, dos disque-denúncias
* Mutirões para alistamento eleitoral e troca de domicílio eleitoral
* Participar de audiências públicas, dos conselhos (saúde, educação), conselho de classe, movimento estudantis, associação de bairro, ONG
* Memorável a ação dos “caras-pintadas”, movimento espontâneo de jovens que contribuiu para o impeachment do presidente Collor.

Dados preocupantes sobre as nossas relações de cidadania

* Pesquisa sobre as nossas relações de cidadania revela:

- 56% dos brasileiros não têm vontade de participar das práticas capazes de influenciar nas políticas públicas
- 35% nem tem conhecimento do sejam essas práticas
- 26% acham esse assunto “chato demais” para se envolver com ele

Fonte: Ibope de 25.11.03

Dados positivos sobre as nossas relações de cidadania

- 44% dos entrevistados manifestaram algum interesse em participar para a melhoria das atividades estatais, e entendem que o poder emana do povo como está previsto na Constituição
- 54% dos jovens (entre 16 e 24 anos), têm interesse pela coisa pública. O interesse progressivamente à medida que a idade aumenta
- A pesquisa ajuda a desmontar a idéia de que o jovem é apático ou indiferente às coisas do seu país. Ele quer participar.

Qual ação de cidadania você gostaria de implantar na sua comunidade?

CUIDADOS COM IMUNOBIOLÓGICOS - Aline Duarte - Saúde Pública II

“TODO DIA É DIA DE VACINA”
Calendário Oficial de Vacinação para o Estado de São Paulo - 2006

IDADE VACINAS
Ao nascer BCG, Hepatite B
2 meses Poliomielite, Hepatite B(1) , Tetravalente (DTP+Hib), Rotavírus (2)
4 meses Poliomielite, Tetravalente (DTP+Hib), Rotavírus (3)

6 meses Poliomielite, Hepatite B (4), Tetravalente (DTP+Hib)
9 meses Febre Amarela (5)
12 meses Sarampo – Caxumba – Rubéola (SCR) - TV
15 meses DTP, Poliomielite
4 a 6 anos DTP, Poliomielite, SCR(TV)
15 anos (6) dT

Rede de frio

A Rede de Frio ou Cadeia de Frio é o processo de armazenamento, conservação, manipulação, distribuição e
transporte dos imunobiológicos do Programa Nacional de Imunizações, e deve ter as condições adequadas de refrigeração,
desde o laboratório produtor até o momento em que a vacina é administrada.

O objetivo final da Rede de Frio é assegurar que todos os imunobiológicos administrados mantenham suas
características iniciais, a fim de conferir imunidade, haja vista que são produtos termolábeis, isto é, se deterioram depois
de determinado tempo quando expostos a variações de temperaturas inadequadas à sua conservação. O calor acelera a
inativação dos componentes imunogênicos.

É necessário, portanto, mantê-los constantemente refrigerados, utilizando instalações e equipamentos adequados
em todas as instâncias: nacional, estadual, regional ou distrital e municipal/local. Um manuseio inadequado, um
equipamento com defeito, ou falta de energia elétrica podem interromper o processo de refrigeração, comprometendo a potência e eficácia dos imunobiológicos.
É necessário,para a Rede de Frio:
1. Equipe técnica;
2. Equipamentos;
3. Instâncias de armazenamento;
4. Transporte entre as instâncias;
5. Controle de Temperatura;
6. Financiamento.

Distribuição nacional de vacinas

Vacinas demandadas pelo PNI, produzidas em Bio manguinhos.
CENADI Centro Nacional de Distribuição de Imunobiológicos

INCQS Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde



ARMAZENAMENTO: Equipamentos recomendados

Câmara de conservação



Geladeira tipo doméstica



GELADEIRA DO TIPO DOMÉSTICO
Critérios e cuidados básicos

1-Capacidade mínima de 280 litros
2-Congelador/Evaporador interno
3-Refrigerador duplex – não recomendado
4-Usar tomada exclusiva para o refrigerador
5-Retirar a lâmpada interna do refrigerador
6-Manter distante do sol e de possíveis fontes de calor
7-Deve estar nivelado e afastado 20 cm da parede
8-Não armazenar nada na porta
9-Fazer degelo a cada 15 dias ou quando necessário
10-Não armazenar outros produtos (alimentos, bebidas, sangue, exames de laboratório, etc.)
11-Não colocar qualquer elemento na geladeira que dificulte a circulação interna de ar
12-Fazer a leitura da temperatura diariamente, no início e no final da jornada de trabalho
13-Vacinas multidose: ao abrí-las colocar etiqueta com data e hora da abertura do frasco.

CONGELADOR - Gelo reciclável
1a. Prateleira - Vacinas tipo 1

2a. Prateleira - Vacinas tipo 2

3a. Prateleira - Estoque, soros, diluentes

Prateleira inferior - Garrafas com água colorida

CONGELADOR

No congelador (evaporador) colocar gelo reciclável, na posição vertical, ocupando todo o espaço. No caso das câmaras de conservação não existe o evaporador.O gelo reciclável serve para manter a temperatura baixa em caso de defeito ou falta de energia elétrica.

PRIMEIRA PRATELEIRA

Aqui devem ser colocadas as vacinas que podem ser submetidas a temperaturas negativas. São as vacinas mais sensíveis ao calor.São elas: Poliomielite, febre amarela e Sarampo. Devem ser colocadas em bandejas perfuradas para permitir a circulação de ar ou nas próprias embalagens do Laboratório produtor.

SEGUNDA PRATELEIRA

Aqui devem ser colocadas as Vacinas bacterianas, toxóides e hepatite B. São as vacinas mais sensíveis ao frio. Portanto, não podem ser submetidas a temperaturas negativas.DPT, dt, DT,Toxóide Tetânica, BCG, Raiva, Hepatite B, Febre Tifóide
Devem ser colocadas em cima de bandejas perfuradas para permitir a circulação de ar ou nas próprias embalagens do Laboratório produtor.
O termômetro de máxima e de mínima deve ser colocado em pé, na segunda prateleira, afixado com barbante ou arame.

TERCEIRA PRATELEIRA
Na terceira prateleira, podem ser colocados soros, diluentes e caixas com vacinas bacterianas. Deve-se ter o cuidado de permitir a circulação do ar entre as mesmas.

Na prateleira inferior, se tiver gavetas plásticas, estas devem ser retiradas e preencher com garrafas de água coloridas. Isto contribui para estabilizar a temperatura.

LIMPEZA DO REFRIGERADOR

Rotineiramente deve-se proceder a limpeza do refrigerador, de preferência a cada 15 dias ou quando a camada de gelo atingir 1,0 cm. Para proceder a limpeza do refrigerador, retirar todas as vacinas e colocá-las em uma caixa de isopor a temperatura de +2 a +8°C. Após a limpeza, ligar novamente o refrigerador e manter a porta fechada por mais ou menos 3 horas a fim de estabilizar a temperatura. Quando a mesma estiver entre +2 a +8°C deve-se retornar as vacinas.


1-Controlar a temperatura da caixa com termômetro de cabo extensor
2-Manter a caixa fora do alcance da luz solar
3-Manter longe de fontes de calor
4-Checar a temperatura constantemente (+2 A +8°C)

TRANSPORTE

O transporte dos imunobiológicos deve respeitar as normas preconizadas de temperatura (+2 a +8°C), desde o local de armazenamento até o destino final. É preciso dispor de equipamentos como caixas térmicas, de tamanho próprio à quantidade do produto a ser transportado, bobinas de gelo reciclável, em quantidade suficiente para manter a temperatura durante todo o percurso, e termômetro de cabo extensor para monitoramento da temperatura.


SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA:
Em caso de cortes de energia, defeitos
no refrigerador:
Manter os imunobiológicos dentro da geladeira por 6h – conservação perfeita
Transferir para caixas térmicas ou outro serviço
Informar nível superior
Registrar informações da ocorrência: motivo, hora, reutilização ou não, nº lotes, quantidade, data de validade do lote, condições de armazenamento, leitura da última temperatura, tempo de exposição.

PROCEDIMENTOS NA SALA DE VACINAÇÃO:

Temperatura
Impressos
Cliente – caderneta – vacina – reações – condições de saúde
Lavar as mãos
Preparar vacina
Criança: glúteo ( de bruços entre as pernas da mãe), braços (colo), gotas (colo, cabeça inclinada)
Registrar vacinas na caderneta, ficha, mapa, diário
Orientar próximas vacinas

PREPARO DE VACINAS INJETÁVEIS

LAVAGEM DAS MÃOS










EXERCÍCIO - Prof. Aline - Saúde Pública II

EXERCÍCIO

1) Uma criança de 3 meses de idade chega na sala de vacina de um Posto de Saúde para tomar as vacinas. O técnico de enfermagem ao indagar a mãe sobre o cartão de vacina, a mesma informou que seu filho nunca tomou nenhuma vacina. Frente a isso, quais as vacinas que serão administradas? Não esqueça os aprazamentos.

2) Uma criança com 1 ano e 5 dias de idade chega à sala de vacina acompanhada de sua mãe. Ao entregar o cartão de vacina o técnico de enfermagem percebe que a criança só tomou a BCG e a 1ª dose da Hepatite B ao nascer. Frente a essa situação quais as vacinas que serão administradas e os seus aprazamentos?

3) J.S.S., sexo masculino, 4 anos e 1 mês de idade. Chega a unidade de saúde acompanhado do pai apresentando no seu cartão de vacina: 1 dose de BCG, 2 doses contra hepatite B, 3 doses de Pólio, 2 doses de Rotavírus, 1 dose de Tríplice Viral, 3 doses de tetravalente e 1 reforço de DPT. Qual (s) vacinas serão administradas e o seus aprazamentos?

4) A.B.P., sexo feminino, 7 anos e 1 dia de idade, chega a unidade básica de saúde acompanhada da tia apresentando no seu cartão de vacina as seguintes vacinas: 1 dose de BCG, 1 dose contra hepatite B, 3 doses e um reforço de Pólio, 2 doses de Rotavírus, 1 dose e um reforço de Tríplice Viral. Qual (s) as vacinas que serão administradas? Não esqueça os aprazamentos.

CALENDÁRIOS VACINAIS - Aline Duarte - Saúde Pública II
















quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Para ajudar a quem não assistiu ao filme - Patch Adams - O amor é contagioso — SINOPSE

Sinopse

Após uma tentativa de suicídio e voluntariamente ser internado em um hospital psiquiátrico, Hunter "Patch" Adams descobre um belo dom de poder ajudar as pessoas usando o bom humor. Dois anos depois, Patch entra em uma universidade de medicina para se formar como um respeitável médico e ajudar o mundo colocando alegria no coração de seus pacientes. Em uma classe cheia, com pessoas desconfiando de suas notas e julgando mal seu modo de alegrar os doentes, Patch vai lutar contra um desafio, mas com isso vai por uma mensagem dentro da universidade que não só contagiará de alegria seus amigos, mas sim um mundo todo, pois ele provará que o Amor é contagioso.

Modelo de Prontuário

Galera, coloquei esse modelo de prontuário só para quem quiser dar uma olhada

Neuro Psiquiatria - Luís Filipe - QUEM NÃO SE COMUNICA, SE TRUMBICA

Elementos da Comunicação


Tipos de comunicação

* Verbal
* Não Verbal

Comunicação Verbal

- Verbal escrita

* Livros.
* Cartazes.
* Jornais.
* Cartas.
* Telegramas, etc…

- Verbal oral

* Diálogo entre duas pessoas.
* Rádio.
* TV.
* Telefone, etc…

Comunicação Não Verbal

* Postura

* Espaço Interpessoal

* Gesticulação

* Expressão Facial / Sorriso

* Contacto Visual

Gestos

Acompanham a linguagem falada e reforçam a mensagem verbal.

Os gestos são aprendidos e estão limitados pela sociedade e cultura onde estamos inseridos.

Aprendemos a utilizar um código gestual e interpreta-lo. Ajudam a interpretar o conteúdo das comunicações, definir os papeis e os desempenhos sociais.

Postura

A forma como nos posicionamos transmite aos outros se estamos interessados em estabelecer contacto ou se estamos interessados no que eles têm para dizer

Expressões Faciais

Quando comunicamos o nosso corpo também fala. As nossas expressões faciais comunicam os nossos sentimentos, emoções e reacções, intencionalmente ou não.

Através da nossa expressão facial podemos demonstrar respeito ou desrespeito para com os outros.

Contacto Visual

É algo muito potente. A sua ausência é entendida como desonestidade, ansiedade ou desinteresse. É também uma oportunidade perdida da nossa parte, pois não conseguimos aperceber-nos das reacções do outro.

Em contrapartida, quando fazemos contacto visual transmitimos interesse. Olhar os outros nos olhos também nos permite, saber do seu interesse em nós ou em algo que estão a observar.

Silêncios

Fazem parte integrante da comunicação

Bastante frequentes nas relações interpessoais

Embaraçosos

Criam um vazio nas relações afetando-as

Momento de profunda troca de emoções e sentimentos

Fundamentais, porque para escutar o outro é preciso estar em silencio

Toque

Abraço – muitas vezes intimida pelo medo de não ser correspondido

Garner (1997) aconselha a resolver este problema através de um aperto de mão, onde colocamos a nossa mão esquerda no ombro direito da pessoa a quem apertamos a mão. Na grande maioria das vezes a outra pessoa irá estender o seu braço esquerdo para nós e abraçar-nos.

Acenar com a cabeça


Permite-nos transmitir aos outros que estamos a compreender aquilo que estão a dizer e incentiva-os a continuar.

Existem algumas pessoas que não usam esta linguagem gestual, transmitindo uma mensagem de discordância, desinteresse ou confusão relativamente ao assunto.

Sorrir

Os três principais tipos de sorriso , segundo Lambert, são:

Sorriso Simples - com os lábios fechados e para cima nos cantos – quando sorri para si mesma

Sorriso para Cima – com os lábios para cima nos cantos e aberto – quando sorrimos para outra pessoa

Sorriso Largo - com os lábios para cima e com os dentes claramente à mostra – quando estamos nos a divertir

Roupa e Adornos

A maneira como nos vestimos comunica algo aos outros, não só através das cores (alegres, escuras), mas através dos tecidos e do corte utilizado.

Ex: uniformes - através deles sabemos o papel desempenhado pelo sujeito

Comunicação Terapêutica

Ajudar o outro na comunicação consigo mesmo, com os outros no seu processo de solução de conflitos e comportamento mais adaptativo.

Neuro Psiquiatria - Luís Filipe - AVALIAÇÃO PSICOPATOLÓGICA

Avaliação Psicopatológica

A entrevista, juntamente com a observação cuidadosa do paciente é o principal instrumento de conhecimento da psicopatologia.

Todos os homens por natureza, desejam conhecer.
Aristóteles (348-322 a.C.)

*Anamnese
- Histórico dos sinais e sintomas que o paciente apresenta ao longo de sua vida.
Antecedentes pessoais e familiares, sociais

*Exame Psíquico
- Exame do estado mental atual:
- aparência, atitude,
- consciência, orientação, atenção, memória, inteligência,
- sensopercepção, fala, pensamento, humor, afeto,
- consciência do eu, vontade, pragmatismo, consciência de morbidade e planos para o futuro.

Exame físico

*Não deve ser ignorado

*Pacientes psiquiátricos apresentam morbidade física mais frequentes que a população geral.

*O exame físico pode ser utilizado como um excelente “instrumento” de aproximação afetiva principalmente com pacientes muito regredidos, inseguros e mesmo com psicóticos.

Avaliação Neurológica

* Identificar possível lesão ou disfunção do sistema nervoso central ou periférico

* Assimetrias: força muscular nos membros, reflexos miotáticos profundos e musculocutânios superficiais

* Reflexo de preensão, sucção, orbicular dos lábios, palmomentual

Exames Complementares

* Laboratoriais :
- Bioquímico, citológico, imunológico do líquido cerebrospinal, hemograma, eletrólitos, metabólicos, hormônios

* Neurofisiológicos e de neuroimagens:
- Tomografia computadorizada do cérebro, ressonância magnética do cérebro,

Entrevista com o Paciente


Paciente

* Contexto institucional

* Objetivo da entrevista

* Personalidade do entrevistador

Evitar
*Posturas rígidas e esteriotipadas
*Atitude excessivamente neutra ou fria
*Reações exageradamente emotivas
*Julgamentos
*Reações intensas de pena ou compaixão
*Hostilidade ou agressão
*Entrevista prolixa
*Anotações excessivas durante a entrevista

Entrevista com o Paciente

* Apresentar-se

* Sigilo

* Escuta atenta

* Ter em mente o objetivo

Aspecto Global do Paciente – Postura Geral

*Ativa – paciente com energia, toma a iniciativa, sugere o que fazer

*Excessivamente ativa – pacientes histriônicos, maníacos, alguns delirantes

*Passiva – paciente apático “largado”, indiferente. (quadros de demência, depressões, personalidade passivas, esquizofrenia crônica)

Roupas e acessórios

* Anorexia nervosa – roupas largas e escuras

* Demência – higiene e roupas descuidadas, dentes sujos, ausencia de senso crítico em relação a aparência

* Depressão – poupas escuras, desalinhadas, sujas, cabelos despenteados, higiene descuidada.

* Histeria – roupas chamativas, muita maquiagem, roupas muito curtas e decotadas.

* Mania – roupas coloridas, chamativas, muita maquiagem, perfume em excesso, roupas muito curtas e decotadas.

* Personalidade borderline – roupas extravagantes, muitos piercing, marcas no corpo, tatuagens, cabelos coloridos.

* Transtorno obssessivo compulsivo – roupas muito certinhas, roupas passadas de forma impecavel, cabelos penteados ultracuidadosamente

Atitudes Globais

* Afetada – fala, gesticulação e andar teatral (artificial)

* Arrogante – coloca-se como superior acima do entrevistador, ironiza e critica constantemente

* Amaneirada – comportamento caricatual

* Confusa – parece não entender nada

* Indiferente – não parece estar na entrevista

* Inibida – não encara o examinador, demonstra estar pouco a vontade, se segura para não falar

* Irônica – faz comentários críticos a toda hora

* Queixosa – queixa-se todo tempo de seus problemas, autopiedade

* Deprimida – triste e desanimado de modo geral

* Desconfiada – olhar, postura modo de ouvir e responder, medo

* Desinibida – contato extremamente fácil, fala e pergunta sobre itimidades

* Manipularora – chantagens, indiretas, ameaças para conseguis o que quer.

* Não-Cooperante – não colabora com solicitações básicas

* Negativista – recusa-se a participar da entrevista, recusa-se a tudo que é solicitado.

* Perplexo – assustado parece não entender nada que está acontecendo na entrevista.

* Dissimuladora – tenta ocultar sintomas ou fatos de sua vida com algum intuito

* Teatral – quer chamar atenção, dá grande expressão a coisas corriqueiras

* Evasiva – evita responder a perguntas, dá respostas inespecíficas

* Esquiva - não deseja o contato social e foge dele

* Excitada – fala e gesticula muito (acelerada)

* Expansiva – “dono do pedaço”

* Grudenta – difícil de encerrar a conversa

* Hostil – provoca, parece querer confronto

* Querelante – briga por se sentir ofendido

* Reivindicativa – exige o que julga ser seu direito (insistente)

* Sedutora – elogia, tenta agradar o examinador, às vezes sexulmente

* Simuladora – tenta aparentar um sintoma que não tem

* Passiva – atende passiva e imediatamente sem questionar as solicitações

Neuro Psiquiatria - Luís Filipe - Complemento para COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA

Comunicação é entendida como o processo de compreender, compartilhar mensagens enviadas e recebidas, sendo que as próprias mensagens e o modo como se dá o seu intercâmbio exercem influência no comportamento das pessoas nele envolvidas, em curto, médio ou longo prazo.
Neste processo utilizamos como instrumento a comunicação verbal e não-verbal.
A comunicação verbal refere-se á linguagem escrita e falada, aos sons e palavras que usamos para nos comunicar.
A comunicação não-verbal envolve todas as manifestações de comportamento não expressas por palavras. muitas vezes é por meio dela que identificamos se o paciente está com dor, medo, irritado, ansioso ou preocupado. Entre essas manifestações destacamos a expressão facial (mímica, olhar) e a corporal (postura física e gestos), ou seja, os movimentos do nosso corpo e, ainda, outras manifestações que poderíamos chamar fisiológicas (rubor, sudorese, tremores, lacrimejamento, palidez).
É por meio da comunicação vivenciada pelos membros da equipe de enfermagem e pacientes, ao interagirem, que se podem efinir metas, objetivos a serem atingidos pelo paciente, pela equipe, ou em conjunto, para ajudá-lo a sentir-se como ser humano e pessoa capaz de encontrar soluções para os seus problemas, sendo útil a seus semelhantes e contribuindo para a sociedade em que vive. Estabelece-se, assim uma "troca" entre o homem e seu meio.
A comunicação terapêutica cinsiste na habilidade profissional em usar seu conhecimento sobre comunicação para ajudar a pessoa, com tensão temporária, a conviver com outras pessoas e ajustar-se ao que pode ser mudado, superando os bloqueios a auto-realilzação para enfrentar seus problemas.
Stefanelli preconiza algumas técnicas e passos, descritos a seguir, para tornar terapêutica a interação enfermagem-paciente:
* Estimular o paciente a descrever sua esperiência. Exemplo: " fale-me mais sobre isto."
* Manter-se em silêncio. Exemplo: durante a interação o paciente para de falar, ficando com expressão de choro iminente. O profissional deve ficar em silêncio por algum tempo, aguardando a verbalização do paciente.
* Manter o foco num só assunto. Exemplo: "estávamos falando sobre..."
* Clarear as idéias expressas pelo paciente. Exemplo: "você estava dizendo que..."
* Expressar-se em termos concretos. Exemplo: "sua família virá amanhã."
* Não começar frases com "PorquÊ?" e " Como?"
* Tentar entender os sentimentos não expressos verbalmente e demonstrar interesse pelo paciente. Exemplo: "percebo que você está triste hoje..."

Um dos aspéctos mais importantes é o profissional de enfermagem ter sempre em mente que, quando usa as técnicas de comunicação terapêutica, ao mesmo tempo que ajuda o paciente a expressar, classificar e compreender sua experiência, está servindo de modelo para ele. Com este profissional o paciente aprende a usar padrões mais aceitos de comunicação interpessoal e a corrigir sua comunicação.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Clínica Cirúrgica-II Prof-Hélia Valêska - Intercorrências Digestivas no Pós-Operatório

Insuficiência respiratória no pós-operatório de cirurgia cardíaca
INTRODUÇÃO
Os problemas pulmonares são as causas mais significativas de morbidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca, especialmente nos pneumopatias, razão pela qual esses pacientes devem ser cuidadosamente avaliados no pré-operatório A insuficiência respiratória é uma complicação freqüente, e aproximadamente 5% dos pacientes requererão suporte ventilatório adicional, em decorrência de pobre oxigenação e/ou de ventilação inadequada.
A instalação da insuficiência respiratória encontra-se na dependência dos seguintes fatores:
1) pré-operatórios — pacientes portadores de pneumopatias, em vigência de descompensação cardíaca, ou com doenças que interfiram na função respiratória ou em seu estado nutricional;
2) intra-operatórios — serão comentados a seguir;
3) pós-operatórios — efeitos das alterações ocorridas no intra-operatório, secundárias a anestesia e circulação extracorpórea, gerando tanto alterações nas trocas na membrana alvéolo capilar pulmonar como ventilatórias. Alterações pós-operatórias concorrem ainda para: estabelecimento ou perpetuação do quadro de insuficiência respiratória; disfunção ventricular esquerda; hiper-hidratação; broncospasmo; distúrbios hidroeletrolíticos, endocrinológicos e nutricionais, gerando alterações ventilatórias; presença de efusões pleurais; mau posicionamento da cânula endotraqueal; e má programação de parâmetros ventilatórios.
Após a toracotomia, a complacência dos pulmões e da caixa torácica decresce significativamente. O máximo de decréscimo ocorre em cerca de três dias, mas persiste, em menor grau, por seis ou mais dias.
IDENTIFICAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA DOS PACIENTES DE RISCO
Os pacientes com risco potencial são aqueles que apresentam os seguintes fatores:
1) Idade avançada.
2) Obesidade.
3) Tabagismo: se vigente até dois meses antes da cirurgia, associa-se com incidência quatro vezes maior de complicações pulmonares pós-operatórias; parar de fumar poucos dias antes da cirurgia aumenta a secreção mucosa pulmonar.
4) Portadores de doença pulmonar intrínseca:
a) doença pulmonar obstrutiva crônica;
b) asma ativa, particularmente dependente de corticoterapia;
c) fibrose e hipertensão pulmonar;
d) toxicidade medicamentosa (amiodarona);
e) infecção pulmonar ativa.
5) Condições gerais do paciente:
a) estado nutricional — fraqueza e ineficácia da musculatura respiratória, e maior suscetibilidade a infecções;
b) sobrecarga de volume ou insuficiência cardíaca congestiva, podendo comprometer as trocas gasosas;
c) doenças sistêmicas ativas comprometendo a competência do sistema respiratório;
d) alterações do estado mental e da função neuromuscular;

Antes da cirurgia, devem ser realizados os seguintes exames:
1) Radiografia de tórax, realizada em todos os pacientes para identificar infiltrações e massas pulmonares.
2) Testes de função pulmonar para identificar doença pulmonar obstrutiva crônica grave, caracterizada por fluxo expiratório 25-75,
3) Gasometria arterial: a paCO2 elevada tem sido valorizada como marcador de morbidade e mortalidade pós-operatória. São sinais de pobre prognóstico pós-operatório:
a) paCO2 maior que 50 mmHg;
b) paO2 menor que 60 mmHg.

ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA AO PACIENTE NO PÓS-OPERATÓRIO

Avaliação inicial do paciente no pós-operatório
Deverá incluir revisão do curso intra-operatório, exame físico cuidadoso, avaliação dos gases sanguíneos e radiografia simples de tórax, com o objetivo de determinar:
— posição do tubo endotraqueal (2 cm acima da carina
— posição do cateter venoso central;
— posição da sonda nasogástrica;
— posição do cateter de artéria pulmonar;
— posição do eletrodo de marca passo e dos fios de aço;
— posição do balão de contrapulsação intra-aórtico;

As complicações que podem ocorrer incluem: atelectasia, alargamento do mediastino, hemotórax ou pneumotórax, insuficiência cardíaca congestiva e hiperinsuflação pulmonar.
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA NO PÓS-OPERATÓRIO
A insuficiência respiratória no pós-operatório pode ser aguda ou crônica

A insuficiência respiratória aguda é definida como a incapacidade do sistema respiratório em manter as necessidades metabólicas do organismo, resultando em hipoxia.
A insuficiência respiratória crônica caracteriza-se pela incapacidade em se retirar o paciente do ventilador nas primeiras 48 a 72 horas após a cirurgia, por comprometimento primário da oxigenação ou por insuficiência ventilatória.

CLINICA CIRÚRGICA II - PROF-HÉLIA VALÊSKA - Intercorrências Respiratórias

Intercorrências Respiratórias
Insuficiência respiratória no pós-operatório de cirurgia cardíaca
INTRODUÇÃO
Os problemas pulmonares são as causas mais significativas de morbidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca, especialmente nos pneumopatias, razão pela qual esses pacientes devem ser cuidadosamente avaliados no pré-operatório A insuficiência respiratória é uma complicação freqüente, e aproximadamente 5% dos pacientes requererão suporte ventilatório adicional, em decorrência de pobre oxigenação e/ou de ventilação inadequada.
A instalação da insuficiência respiratória encontra-se na dependência dos seguintes fatores:
1) pré-operatórios — pacientes portadores de pneumopatias, em vigência de descompensação cardíaca, ou com doenças que interfiram na função respiratória ou em seu estado nutricional;
2) intra-operatórios — serão comentados a seguir;
3) pós-operatórios — efeitos das alterações ocorridas no intra-operatório, secundárias a anestesia e circulação extracorpórea, gerando tanto alterações nas trocas na membrana alvéolo capilar pulmonar como ventilatórias. Alterações pós-operatórias concorrem ainda para: estabelecimento ou perpetuação do quadro de insuficiência respiratória; disfunção ventricular esquerda; hiper-hidratação; broncospasmo; distúrbios hidroeletrolíticos, endocrinológicos e nutricionais, gerando alterações ventilatórias; presença de efusões pleurais; mau posicionamento da cânula endotraqueal; e má programação de parâmetros ventilatórios.
Após a toracotomia, a complacência dos pulmões e da caixa torácica decresce significativamente. O máximo de decréscimo ocorre em cerca de três dias, mas persiste, em menor grau, por seis ou mais dias.
IDENTIFICAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA DOS PACIENTES DE RISCO
Os pacientes com risco potencial são aqueles que apresentam os seguintes fatores:
1) Idade avançada.
2) Obesidade.
3) Tabagismo: se vigente até dois meses antes da cirurgia, associa-se com incidência quatro vezes maior de complicações pulmonares pós-operatórias; parar de fumar poucos dias antes da cirurgia aumenta a secreção mucosa pulmonar.
4) Portadores de doença pulmonar intrínseca:
a) doença pulmonar obstrutiva crônica;
b) asma ativa, particularmente dependente de corticoterapia;
c) fibrose e hipertensão pulmonar;
d) toxicidade medicamentosa (amiodarona);
e) infecção pulmonar ativa.
5) Condições gerais do paciente:
a) estado nutricional — fraqueza e ineficácia da musculatura respiratória, e maior suscetibilidade a infecções;
b) sobrecarga de volume ou insuficiência cardíaca congestiva, podendo comprometer as trocas gasosas;
c) doenças sistêmicas ativas comprometendo a competência do sistema respiratório;
d) alterações do estado mental e da função neuromuscular;

Antes da cirurgia, devem ser realizados os seguintes exames:
1) Radiografia de tórax, realizada em todos os pacientes para identificar infiltrações e massas pulmonares.
2) Testes de função pulmonar para identificar doença pulmonar obstrutiva crônica grave, caracterizada por fluxo expiratório 25-75,
3) Gasometria arterial: a paCO2 elevada tem sido valorizada como marcador de morbidade e mortalidade pós-operatória. São sinais de pobre prognóstico pós-operatório:
a) paCO2 maior que 50 mmHg;
b) paO2 menor que 60 mmHg.

ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA AO PACIENTE NO PÓS-OPERATÓRIO

Avaliação inicial do paciente no pós-operatório
Deverá incluir revisão do curso intra-operatório, exame físico cuidadoso, avaliação dos gases sanguíneos e radiografia simples de tórax, com o objetivo de determinar:
— posição do tubo endotraqueal (2 cm acima da carina
— posição do cateter venoso central;
— posição da sonda nasogástrica;
— posição do cateter de artéria pulmonar;
— posição do eletrodo de marca passo e dos fios de aço;
— posição do balão de contrapulsação intra-aórtico;

As complicações que podem ocorrer incluem: atelectasia, alargamento do mediastino, hemotórax ou pneumotórax, insuficiência cardíaca congestiva e hiperinsuflação pulmonar.
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA NO PÓS-OPERATÓRIO
A insuficiência respiratória no pós-operatório pode ser aguda ou crônica

A insuficiência respiratória aguda é definida como a incapacidade do sistema respiratório em manter as necessidades metabólicas do organismo, resultando em hipoxia.
A insuficiência respiratória crônica caracteriza-se pela incapacidade em se retirar o paciente do ventilador nas primeiras 48 a 72 horas após a cirurgia, por comprometimento primário da oxigenação ou por insuficiência ventilatória.

CIRURGICA II Prof-Hélia Valêska - Intercorrências Respiratórias

Intercorrências Respiratórias
Insuficiência respiratória no pós-operatório de cirurgia cardíaca
INTRODUÇÃO
Os problemas pulmonares são as causas mais significativas de morbidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca, especialmente nos pneumopatas, razão pela qual esses pacientes devem ser cuidadosamente avaliados no pré-operatório A insuficiência respiratória é uma complicação freqüente, e aproximadamente 5% dos pacientes requererão suporte ventilatório adicional, em decorrência de pobre oxigenação e/ou de ventilação inadequada.
A instalação da insuficiência respiratória encontra-se na dependência dos seguintes fatores:
1) pré-operatórios — pacientes portadores de pneumopatias, em vigência de descompensação cardíaca, ou com doenças que interfiram na função respiratória ou em seu estado nutricional;
2) intra-operatórios — serão comentados a seguir;
3) pós-operatórios — efeitos das alterações ocorridas no intra-operatório, secundárias a anestesia e circulação extracorpórea, gerando tanto alterações nas trocas na membrana alvéolo capilar pulmonar como ventilatórias. Alterações pós-operatórias concorrem ainda para: estabelecimento ou perpetuação do quadro de insuficiência respiratória; disfunção ventricular esquerda; hiper-hidratação; broncospasmo; distúrbios hidroeletrolíticos, endocrinológicos e nutricionais, gerando alterações ventilatórias; presença de efusões pleurais; mau posicionamento da cânula endotraqueal; e má programação de parâmetros ventilatórios.
Após a toracotomia, a complacência dos pulmões e da caixa torácica decresce significativamente. O máximo de decréscimo ocorre em cerca de três dias, mas persiste, em menor grau, por seis ou mais dias.
Atelectasia
É uma condição na qual parte do pulmão torna-se desprovida de ar e entra em colapso. A principal causa da atelectasia é a obstrução de um brônquio principal, uma das duas ramificações da traquéia que se dirigem diretamente aos pulmões. As vias aéreas pequenas também podem ser obstruídas. A obstrução pode ser causada por um tampão de muco, um tumor ou um corpo estranho aspirado para o interior do brônquio. O brônquio também pode ser obstruído por causa de uma pressão externa provocada por um tumor ou o aumento de tamanho de linfonodos (gânglios linfáticos). Quando uma via aérea é obstruída, o ar contido nos alvéolos é absorvido pela corrente sangüínea, o que acarreta sua diminuição de volume e sua retração
Bronquiectasia
É uma dilatação irreversível de porções dos brônquios devida à lesão da parede brônquica. A bronquiectasia não é em si uma doença isolada, mas é produzida de diversas maneiras e é conseqüência de diferentes processos que lesam a parede brônquica, interferindo direta ou indiretamente em suas defesas. A condição pode ser difusa ou pode afetar somente uma ou duas áreas. Tipicamente, a bronquiectasia causa dilatação dos brônquios de calibre médio, mas, freqüentemente, os brônquios menores localizados abaixo apresentam cicatrização e obstrução.
A bronquiectasia é uma dilatação irreversível de porções dos brônquios devida à lesão da parede brônquica. Na bronquiectasia, algumas áreas da parede brônquica são destruídas e apresentam inflamação crônica, os cílios são destruídos ou lesados e a produção de muco aumenta




Principais Causas de Bronquiectasia
Infecções respiratórias
Sarampo Coqueluche Infecção por adenovírus Infecção bacteriana (por exemplo, por Klebsiella, Staphylococcus ou Pseudomonas) Gripe Tuberculose Infecção por fungo Infecção por Mycoplasma
Obstrução brônquica
Aspiração de corpo estranho Aumento de tamanho de gânglios linfáticos Tumor pulmonar Tampão de muco
Lesões por inalação
Lesão causada por vapores, gases ou partículas nocivas Aspiração de ácido gástrico e partículas de alimento.
Distúrbios genéticos
Fibrose cística Discinesia ciliar, inclusive síndrome de Kartagener Deficiência de alfa1-antitripsina
Anormalidades imunológicas
Síndromes de deficiência imunoglobulínica Disfunções dos leucócitos Deficiências do complemento Certos distúrbios auto-imunes ou hiperimunes, como a artrite reumatóide e a colite ulcerativa
Outros distúrbios
Abuso de drogas como, por exemplo, a heroína Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) Síndrome de Young (azoospermia obstrutiva) Síndrome de Marfan

IDENTIFICAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA DOS PACIENTES DE RISCO
Os pacientes com risco potencial são aqueles que apresentam os seguintes fatores:
1) Idade avançada.
2) Obesidade.
3) Tabagismo: se vigente até dois meses antes da cirurgia, associa-se com incidência quatro vezes maior de complicações pulmonares pós-operatórias; parar de fumar poucos dias antes da cirurgia aumenta a secreção mucosa pulmonar.
4) Portadores de doença pulmonar intrínseca:
a) doença pulmonar obstrutiva crônica;
b) asma ativa, particularmente dependente de corticoterapia;
c) fibrose e hipertensão pulmonar;
d) toxicidade medicamentosa (amiodarona);
e) infecção pulmonar ativa.
5) Condições gerais do paciente:
a) estado nutricional — fraqueza e ineficácia da musculatura respiratória, e maior suscetibilidade a infecções;
b) sobrecarga de volume ou insuficiência cardíaca congestiva, podendo comprometer as trocas gasosas;
c) doenças sistêmicas ativas comprometendo a competência do sistema respiratório;
d) alterações do estado mental e da função neuromuscular;

Antes da cirurgia, devem ser realizados os seguintes exames:
1) Radiografia de tórax, realizada em todos os pacientes para identificar infiltrações e massas pulmonares.
2) Testes de função pulmonar para identificar doença pulmonar obstrutiva crônica grave, caracterizada por fluxo expiratório 25-75,
3) Gasometria arterial: a paCO2 elevada tem sido valorizada como marcador de morbidade e mortalidade pós-operatória. São sinais de pobre prognóstico pós-operatório:
a) paCO2 maior que 50 mmHg;
b) paO2 menor que 60 mmHg.

ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA AO PACIENTE NO PÓS-OPERATÓRIO

Avaliação inicial do paciente no pós-operatório
Deverá incluir revisão do curso intra-operatório, exame físico cuidadoso, avaliação dos gases sanguíneos e radiografia simples de tórax, com o objetivo de determinar:
— posição do tubo endotraqueal (2 cm acima da Carina
— posição do cateter venoso central;
— posição da sonda nasogástrica;
— posição do cateter de artéria pulmonar;
— posição do eletrodo de marca passo e dos fios de aço;
— posição do balão de contra pulsação intra-aórtico;

As complicações que podem ocorrer incluem: atelectasia, alargamento do mediastino, hemotórax ou pneumotórax, insuficiência cardíaca congestiva e hiperinsuflação pulmonar.
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA NO PÓS-OPERATÓRIO
A insuficiência respiratória no pós-operatório pode ser aguda ou crônica

A insuficiência respiratória aguda é definida como a incapacidade do sistema respiratório em manter as necessidades metabólicas do organismo, resultando em hipoxia.
A insuficiência respiratória crônica caracteriza-se pela incapacidade em se retirar o paciente do ventilador nas primeiras 48 a 72 horas após a cirurgia, por comprometimento primário da oxigenação ou por insuficiência ventilatória.

Clínica Cirúrgica-II Prof-Hélia Valêska - Intercorrências Digestivas no Pós-Operatório

Intercorrências Digestivas no Pós-Operatório


As preocupações Básicas nas primeiras horas à administração do paciente na clinica cirúrgica são:

 Ventilação adequada
 Estabilidade hemodinâmica (risco para Choque)
 Integridade do local cirúrgico (infecção, deiscência, cicatrização retardada,hemorragia e hematoma)
 Náuseas e Vômitos (Constipação e obstrução Intestinal)
 Condição Neurológica (Risco de Delírio e AVC)

 Micção espontâneo risco de retenção urinária aguda e infecção do trato urinário espera-se que o paciente urine dentro de 8 horas.
 Fatores funcionais, (delírio, fraqueza e fadiga)


Sinais e Sintomas Característicos:

INDICAÇÃO-é indicado que sejam aferidas e registradas a cada 15 minutos na primeira hora, e a cada 30 minutos das duas horas subseqüentes. Sempre monitorando a temperatura a cada 4 horas nas primeiras 24 horas. No período pós-operatório é importante a mudança de
posição e exercício para as pernas,para estimular a circulação assim será promovido um bom retorno venoso.

Intercorrências:

Cirurgias do Aparelho Digestivo:

GASTROSTOMIA-procedimento cirúrgico que mantém uma comunicação com o plano cutâneo da luz gástrica da parede abdominal nutrição e drenagem.
Sinais:
 Emagrecimento
 Desnutrição
 Distúrbios do funcionamento intestinal

Gastrectomia-ressecção parcela ou total do estômago.

*Choque
*Hemorragias
*Atelectasia e Pneumonia-(Parte não oxigenada do pulmão devido a expansão imperfeita, geralmente é acompanhada por dor torácica, tosse e dificuldade de respiração)

Cirúrgia do Intestino Grosso

*Deiscência
*Infecção da parede abdominal
*Fistula

Cirurgias Anorretais

* Hemorragias
* Dor
* Retenção Urinária
* Estenose Anal (estreitamento do canal)
* Fistula Anal (Abertura)
* Incontinência Anal

Cirurgias das Vias Biliares

 Distensão abdominal
 Complicações Respiratórias

CLINICA CIRÚRGICA II PROF-HÉLIA VALÊSKA - PRONTUÁRIO DO PACIENTE

PRONTUÁRIO DO PACIENTE


DEFINIÇÃO

É um documento legal e padronizado de defesa dos profissionais, referentes aos cuidados prestados ao paciente.

• Anotações de enfermagem

Definição-são registros ordenados, efetuados pela equipe de Enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem)com a finalidade de oferecer informações de toda assistência prestada.

Objetivos-Assegurar a comunicação entre os membros da equipe de saúde, garantindo a continuidade das informações das 24 horas, o que é indispensável para a compreensão do paciente do modo global. Atender a legislação pertinente, segurança dos pacientes e dos profissionais.

Direitos dos Usuários

LEI-10.241 de 17 do 03 de 1999

• Ter anotado em seu próprio prontuário, principalmente em se inconsciente;
• Todas as suas medicações com suas dosagens realizadas, procedimentos realizados, tratamentos e etc.
• Anotar o recebimento de hemoderivados, identificando sua qualidade, exames realizados entre outros.


Código de Defesa do Consumidor

• No prontuário deve estar todas as informações sobre um determinado período de sua vida-o tempo que ficou internado, ou mesmo seu histórico Ambulatorial;
• Este banco de dados deve ser objetivo, claro, verdadeiro e em linguagem de fácil compreensão;
• O consumidor/cliente tem direito de ter acesso a esses dados e levá-lo consigo.

• A sistematização de Assistência de Enfermagem deverá ser registrada formalmente no prontuário do paciente/cliente/usuário;

Resolução COFEN-272/2002


Devendo ser composta por:
1-Histórico de Enfermagem-(Anamnese e Exame Físico)
2-Diagnóstico de Enfermagem
3-Prescrição de Enfermagem

4-Evolução da Assistência de Enfermagem
5-Relatório-Anotações de Enfermagem


Código de Ética Profissional

Assegurar a pessoa, família e coletividade de assistência.
de Enfermagem,livres de danos decorrentes de
Imperícia,imprudência ou negligência.

• Imperícia-É um ato incompetente por falta de habilidade técnica e desconhecimento técnico.
• Negligência-É a falta de diligência incluída desleixo, preguiça e descuido;
• Imprudência-Significa uma ação sem o cuidado necessário (atuar de maneira precipitada).


Anotações de Enfermagem


-Todo processo do cuidar de Enfermagem
-Ação ou Omissão
-Moral ou Físico presente



Admissão

(PROCESSO CIVIL PENAL/ÉTICO PROFISSIONAL)
O que devo Anotar?

• Data, horário, condições de chegada.
• Acompanhante ou responsável
• Condições de Higiene
• Sinais Vitais
• Procedimentos realizados durante a admissão

pré-operatório


• Jejum desde que horas
• Condições Emocionais
• Banho e demais cuidados pré-operatórios
• Sinais Vitais, medicamentos anestésicos oferecidos;
• Esvaziamento da Bexiga e etc.
• Orientações pré-operatórias